O presente capítulo teve como objetivo analisar a abordagem das convulsões em gestantes no ambiente de emergência, com ênfase nos protocolos clínicos e nas estratégias terapêuticas descritas na literatura recente. Realizou-se uma revisão de literatura, a partir de buscas nas bases de dados PubMed/MEDLINE, SciELO, LILACS, Embase e Scopus, além do Google Acadêmico, utilizando descritores em português e inglês relacionados a convulsões, gestação, emergência e protocolos clínicos. Foram incluídos artigos publicados entre 2020 e 2025, em português, inglês e espanhol, que apresentaram relevância direta para o tema. A análise dos estudos selecionados evidenciou que a eclâmpsia continua sendo a principal causa de convulsões obstétricas, tendo o sulfato de magnésio como padrão terapêutico. Também se observou que o controle da hipertensão arterial e a decisão obstétrica de interrupção da gestação, quando necessária, são elementos centrais na conduta emergencial. No entanto, divergências permaneceram em relação à duração da terapia com magnésio e à escolha dos anticonvulsivantes em casos de epilepsia e status epilepticus, destacando-se a tensão entre evidências científicas e limitações estruturais de diferentes sistemas de saúde. Os resultados indicaram que a aplicação de protocolos clínicos bem delineados está diretamente associada à redução da morbimortalidade materno-fetal, ao passo que sua ausência ou execução inadequada amplia significativamente os riscos. Conclui-se que o enfrentamento das convulsões em gestantes exige a integração entre ciência, prática clínica e políticas públicas, de modo a assegurar atendimento qualificado, seguro e equitativo em contextos diversos.